Tenho visto muitas pessoas com dificuldade para escolher título para seus artigos, e-books, livros e até mesmo cursos. O erro é sempre o mesmo: elas querem explicar absolutamente tudo no título. E o resultado é quase catastrófico: títulos de mais de três linhas, impossíveis de serem lembrados e repetidos, com tantas informações que causam um verdadeiro nó na cabeça de quem lê.
Pense bem, quais são as funções de um título?
Talvez as duas primeiras que venham a sua mente sejam:
– chamar a atenção do público; e
– apresentar o tema a ser abordado.
Mas um título faz muito mais do que isso. Por exemplo:
– ele fica na mente do seu leitor, e isso faz de você uma referência, uma autoridade;
– é usado para indicar seu conteúdo para outras pessoas;
– posiciona seu conteúdo nas ferramentas de pesquisa.
Por tudo isso, é fundamental pensar no título com muito cuidado. Ele deve atender a três critérios:
– ser curto;
– ser impactante;
– ser fácil de lembrar.
Quando um título atende a esses três critérios, ele vem à mente do seu leitor em menos de três segundos.
Por exemplo, se você quiser recomendar este artigo para outras pessoas, como vai ser mais fácil se referir a ele: “Título matador” ou “Erros que as pessoas cometem na hora de escolher um título e como não cometê-los mais”?
Tente se lembrar dessa segunda opção em três segundos. Quase impossível, não é? Mas e “Título matador”? Não cola na sua mente com muito mais eficiência?
Outra questão importante é que, embora o título seja a primeira coisa que seu público vai ler, sugiro que ele seja elaborado por último. Muitas vezes acontece de você ter um título em mente e, depois de desenvolver o texto, perceber que ele não é tão adequado quanto você imaginava. Nesses casos, não se apegue. Deixe ir e sente-se em busca do título que exprime melhor tudo o que o seu conteúdo é de fato.
Isso vale para ficção e não ficção? Claro que sim. Ouso dizer que pensar o título de uma ficção requer ainda mais cuidado. Você tem poucas palavras para resumir a essência de toda uma história e ainda conquistar o leitor.
Nossa! Mais isso está parecendo impossível. E se eu precisar explicar mais o meu conteúdo?
Você pode – e deve – explicar mais, sim. No caso de uma ficção, você pode criar uma frase instigante que fale um pouco mais da história. E, no caso da não ficção, você deve explicitar a promessa que o seu material está fazendo. E é para isso que existe o subtítulo!
(E sobre o subtítulo, falaremos na próxima semana.)